segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Netanyahu pode autorizar troca de presos palestinos por Shalit, informa Jerusalém Post

O primeiro-ministro de Israel, Biniamin Netanyahu, está inclinado a entregar prisioneiros palestinos em troca do soldado Guilad Shalit. A informação é do canal de TV israelense Channel 1 e consta no site do Jerusalém Post.

Em reunião extraordinária do gabinete, ocorrida nesta segunda-feira, o primeiro-ministro avaliou um plano que envolve entregar ao Hamas mil palestinos que se encontram presos em Israel em troca de Shalit. Segundo a reportagem, o gabinete ficou dividido entre os ministros que apóiam o acordo - caso de Ehud Barak (Ministro da Defesa), Eli Yishai (Ministro do Interior) e Dan Meridor (Ministro dos Serviços de Inteligência) - e os que não o veem com bons olhos - Avigdor Liberman (Ministro de Relações Exteriores), Moshe Yaalon (Ministro de Assuntos Estratégicos) e Bennie Begin (sem pasta).

Os ministros favoráveis afirmam que, se Israel não fechar acordo, será mais difícil conseguir a libertação no futuro, já que as exigências do Hamas serão ainda maiores. Os opositores alegam que terroristas que possuem “sangue nas mãos” (expressão que define pessoas que praticaram ou planejaram assassinatos contra israelenses) serão libertados com a aprovação do acordo.

A reportagem traz um depoimento de um palestino, não identificado, que está envolvido nas negociações. Segundo ele, a proposta já foi aceita pelo Hamas e que Israel tem até quarta-feira para aceitar. Caso contrário, não haverá mais negociações.

A Fox News reportou na segunda-feira que Hagai Hadas, enviado especial de Israel ao Egito para tratar da libertação de Shalit, poderá pedir demissão caso o governo israelense recuse o acordo. O gabinete de Netanyahu negou a informação.

Guilad Shalit foi capturado no dia 25 de junho de 2006 em emboscada preparada por militantes do Hamas na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. Desde então ele é prisioneiro do grupo. Ele tinha 19 anos quando foi sequestrado.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ministro da educação de Israel pede que grupo feminista não seja chamado para debate sobre direitos civis

O grupo feminista israelense Profile Chadash (Perfil Novo, em hebraico) condenou as instruções que o ministro da educação de Israel, Gideon Saar, passou aos colégios do país pedindo que não convidem integrantes do movimento para participarem das discussões promovidas pela Associação dos Direitos Civis de Israel (ACRI, sigla em inglês).

O grupo afirmou que a orientação dada pelo ministro reflete a posição que o governo atual possui em relação aos direitos civis e a liberdade de expressão. “A atitude do ministro [de pedir que integrantes do movimento Profile Chadash sejam excluídos dos debates promovidos pela ACRI] foi tomada junto com a decisão de enviar militares às escolas para aumentar o entusiasmo das crianças pelo combate”, afirma a carta enviada pelo movimento ao ministro e publicada no site eletronicintifada.net.

O Profile Chadash é um grupo de cunho feminista israelense que luta contra a militarização da sociedade israelense. Segundo eles o estado de guerra em que vive Israel é mantido pelos políticos e não por forças externas. Entre as ações defendidas pelo grupo está o incentivo a deserção da Tsava (exército israelense). Em setembro de 2008 a procuradoria geral de Israel iniciou uma investigação criminal sobre o grupo.

Para mais informações sobre o grupo, clique aqui.

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NOTA: Peço desculpas pelo enorme hiato entre este post e o anterior. Devido a assuntos particulares não pude me dedicar ao blog. Espero resolver as questões e voltar a publicar com mais frequencia.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

14 anos sem Itzhak Rabin

No dia 4 de novembro 1995, durante um comício pró-paz realizado em Tel Aviv, foi assassinado Itzhak Rabin, então primeiro-ministro de Israel. Ele morreu aos 73 anos.


Rabin possuia um vasto currículo de serviços prestados à Israel. Já foi Chefe do Estado Maior, Embaixador nos EUA, Ministro do Trabalho do governo de Golda Meir e Ministro da Defesa.

Ele já foi primeiro-ministro por duas vezes. A primeira foi nos anos de 1974 à 1977, e o segundo foi entre 1992 e 1995. O segundo mandato marcou a imagem de Rabin como defensor da paz.

Em 1993 ele assina os Acordos de Oslo, em conjunto com o então líder da OLP, Yasser Arafat. O plano foi mediado pelos governos noruegueses e norte-americano. Os Acordos previam o fim das hostilidades entre israelenses e palestinos, a negociação sobre o futuro dos territórios ocupados e o status de Jerusalém. Já em 1994 ele assina o acordo de paz com Jordânia. Também neste ano ele recebe o Prêmio Nobel da Paz.


O Conflito no Oriente presta sua homenagem a este grande líder, que esteve tão perto, em parceria com outros líderes regionais, de pacificar a região.


Para mais informações sobre Rabin, clique aqui. A página está em inglês.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Veteranos das guerras do Iraque e Afeganistão pela Al-Qaeda estão se infiltrando em Gaza

Os grupos de inteligência israelenses afirmam que diversos militantes da rede terrorista Al-Qaeda vêm se infiltrando na Faixa de Gaza. A notícia é do jornal World Tribune.

Segundo fontes israelenses, por volta de 100 terroristas do grupo de Osama Bin Laden entraram em Gaza através dos túneis que ligam o território ao Egito. O alto fluxo de militantes foi detectado ao longo deste ano.

“São pessoas que lutaram no Iraque e no Afeganistão. Elas representam a primeira ajuda da Al-Qaeda à Gaza”, explica a fonte militar consultada, que não é identificada na matéria.

Além de combaterem Israel, estes militantes têm como objetivo desestabilizar o governo do Hamas. A Al-Qaeda é majoritariamente sunita e se opõem ao Irã, cuja população é, em grande parte, xiita, e apóia o Hamas.

Em agosto deste ano o Hamas invadiu uma mesquita em Rafah pertencente ao grupo Jund Ansar Alá, ligado à Al-Qaeda. Vinte pessoas morreram, incluindo o líder do grupo opositor.

Para ler a notícia na integra, clique aqui.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Colono judeu admite assassinatos e atentados a bomba

Yaakov “Jack” Teitel, 37, foi preso mês passado (dia 7 de outubro) acusado por uma série de crimes. O assassinato de dois palestinos; por enviar um pacote bomba à uma família de judeus messiânicos, deixando uma criança seriamente ferida; pela tentativa de assassinato de Zeev Sternhell, professor esquerdista e um dos líderes do movimento Paz Agora; e pela sua possível participação em ataques contra a polícia israelense durante as Paradas Gays recentes.

A história só foi revelada agora pelo Haaretz, pois havia uma ordem judicial que impedia a publicação das investigações.

Morador do posto avançado de Shvut Rachel, na Cisjordânia, Teitel admitiu a maioria das acusações. Ele também afirmou ser o responsável pelo ataque contra uma boate gay em Tel Aviv, no dia 1º de agosto, que deixou duas pessoas mortas. Mas o Shin Beit (serviço secreto) e a polícia, responsáveis pelas investigações, afirmam que não há provas suficientes de sua relação com este crime.

Durante os interrogatórios Yaakov afirmou que agiu de acordo com sua própria vontade e que ninguém colaborou ou incentivou seus atos. Os investigadores encontraram em sua casa armas e material para fabricação de explosivos.

Teitel foi preso no bairro ultra-ortodoxo de Har Nof, em Jerusalém, enquanto colava cartazes que louvavam o ataque ocorrido na boate gay de Tel Aviv. Em Shvut Rachel a polícia encontrou cartazes que ofereciam um milhão de shekels para quem assassinasse um membro do Paz Agora.

De origem americana, Yaakov imigrou para Israel em 2000 para, segundo ele, se vingar dos ataques terroristas perpetuados pelos palestinos.

Para ler o perfil completo de Yaakov Teitel, clique aqui. A matéria está em inglês.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Diretor do Paz Agora é barrado no Knesset por causa de um vídeo estilo Borat

Notícia do jornal israelense Haaretz

O Knesset – parlamento de Israel – decidiu barrar a entrada do diretor do movimento Paz Agora, Yariv Oppenheimer, depois que alguns ativistas do grupo tentaram realizar entrevistas com parlamentares, de partidos de direita, ao estilo do filme “Borat”.

Borat é um personagem criado pelo comediante inglês Sacha Baron Cohen. Trata-se de um repórter do Cazaquistão que, com atitudes “ingênuas” (em muitos casos, preconceituosas), consegue arrancar de seus entrevistados declarações polêmicas.

No domingo, três integrantes do Paz Agora, que se passavam por alunos, foram presos quando pediam para entrevistar o parlamentar direitista Michael Bem-Ari. Eles foram soltos logo em seguida, mas foram indiciados por “tentativa de enganar um parlamentar”.

O Paz Agora condenou a atitude do Knesset e promete entrar na Justiça a fim de reverter a decisão.

domingo, 18 de outubro de 2009

Ensino do Holocausto em Gaza

A agência da ONU para refugiados palestinos (Unrwa) incluirá o Holocausto no currículo de direitos humanos das escolas do Ensino Médio de Gaza. A notícia é do site Jweekly.com.

Segundo John Ging, diretor de operações da Unrwa, “nenhum currículo que fala sobre direitos humanos é completo sem falar sobre o Holocausto”.

O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, condenou o ensino do Holocausto pela agência.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mia Farrow em Gaza

Segundo a agência de notícias AFP a atriz norte-americana Mia Farrow visitou, nesta quarta-feira, o principal hospital da Faixa de Gaza, em missão organizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do qual ela é embaixadora.

Depois de visitar o hospital Al Chifra, a atriz se encontrou com alunos e professores da escola palestina Beit Lahya. Está programado também que ela se reúna com representantes de organizações de defesa dos direitos humanos.

Mia Farrow, 64 anos, é embaixadora da Unicef há muitos anos e já esteve em missões no Sudão e no Chade.

Ela possui um blog onde registra suas impressões das viagens, além de opinar sobre a política externa americana. O site também arquiva fotos e documentos. Clique aqui para acessá-lo. Ele está em inglês.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Grupo israelense lança propaganda em favor da paz

Este vídeo foi produzido pela organização Mifkad Haleomi – em tradução livre, reunião nacional, em hebraico. Ele mostra um soldado de Israel e um jovem palestino. Em principio parece que haverá um confronto. No entanto acontece o contrário.

O Mifkad Haleomi é um grupo que luta pelo fim do conflito entre Israel e Palestina. Ele possui uma carta de principios assinada por Ami Ayalon – político israelense, antigo membro do Avodá e ex-chefe do Shin Beit, serviço secreto – e por Suri Nusseibeh – palestino, professor de Filosofia, presidente da Universidade de Al-Quds, em Jerusalém. A carta possui os seguintes pontos:

  • Dois Estados para dois povos: a Palestina será o Estado dos Palestinos, enquanto Israel é o Estado do povo judeu;
  • As fronteiras de ambos os Estados serão baseadas naquelas de 1967, assim como propõem a iniciativa de paz organizada pelos países árabes. Cisjordânia e Faixa de Gaza serão interligadas através de rodovias. Nenhum colono israelense ficará no Estado palestino;
  • Jerusalém será a capital de ambos Estados. A liberdade de culto e pleno acesso aos lugares sagrados será garantida. Os bairros árabes estarão sob soberania palestina, enquanto os judaicos estarão sob influencia israelense. Nenhum dos Estados exercerá a soberania nos lugares santos. Os mulçumanos cuidarão da Mesquita de Al-Aqsa, assim como os outros locais sagrados. Já os judeus cuidarão do Muro das Lamentações e dos outros locais sagrados. Os cristãos serão responsáveis por cuidarem de seus locais sagrados. Não poderá haver nenhuma escavação arqueológica sem o consentimento de todas as partes;
  • Direito de retorno: reconhecendo o sofrimento dos refugiados palestinos, Israel, Palestina e a comunidade internacional criarão um fundo para indenizar os refugiados. Palestinos não terão direito de retornar para Israel, apenas à Palestina. Judeus só poderão retornar para Israel. A comunidade internacional ajudará os refugiados que desejarem permanecer nos países em que estão, ou as pessoas que desejam imigrar para outro local;
  • Desmilitarização: o Estado palestino será desmilitarizado. A comunidade internacional será responsável pela sua segurança;
  • Fim do conflito: a aplicação destes princípios implicará no fim das lutas e das reivindicações.
A iniciativa possui alguns pontos questionáveis, como a questão de Jerusalém. Será realmente possível este modelo proposto para os locais sagrados? Que órgão cuidará destes espaços? Além disso, a desmilitarização da Palestina é algo já refutado há muito tempo pelos próprios palestinos.

Mas, apesar destes detalhes, trata-se de uma iniciativa e ela deve ser valorizada. É necessário colocar um fim neste conflito. Todos sabem o que precisa ser feito. Está na hora de sair do marasmo e começar a agir, assim como fez o Mifkad Haleomi.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

“O Hamas deseja se abrir para o mundo”, afrima Khaled Meshaal

Em entrevista a Ken Livingston, político britânico do Partido Trabalhista e antigo prefeito de Londres, para a revista britânica New Statesman, o líder exilado do Hamas, Kahled Meshaal, fala sobre as posições do Hamas em relação à causa palestina, os EUA, a União Européia, religião, o bloqueio à Gaza, os judeus e o futuro.

Segundo Livingston, a motivação que o levou a conversar com Meshaal foi a convicção de que o conflito não pode ser resolvido sem que ambos os lados sentem-se para dialogar. Ele cita os exemplos da Irlanda do Norte e da África do Sul. Livingston conversou com Meshaal pois acredita que a mídia possui uma visão muito distorcida em relação ao Hamas.

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui. A matéria está em inglês.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Propaganda do Paz Agora evoca parlamentares do Avodá a pedirem perdão

Na véspera de Yom Kipur, feriado que celebra o dia do perdão judaico, o movimento pacifista Paz Agora publicou uma propaganda em jornais israelenses pedindo que os ministros do Avodá peçam perdão pelos seguintes atos:

  • Por serem parte de um governo que atrasa o processo de paz;
  • Pela construção de centenas de casas nos assentamentos;
  • Por boicotarem o plano de paz de Obama;
  • Por serem aliados à Biniamin Netanyahu [primeiro-ministro de Israel], Avigdor Liberman [chanceler de Israel] e Moshe Ya’alon [vice primeiro-ministro e Ministro de Assuntos Estratégicos].
Segue a propaganda abaixo, em hebraico.

domingo, 27 de setembro de 2009

A intransigência de Pinhas Wallerstein, figura da colonização na Cisjordânia

Interessante matéria publicada pelo jornal francês Le Monde. Trata-se de um perfil de um dos líderes do movimento dos colonos israelenses, Pinhas Wallerstein. A reportagem mostra algumas das teorias de Wallerstein.

Ele ficou conhecido do público israelense e mundial em 2005, durante a retirada dos assentados israelenses de Gaza. À época ele instigou os colonos à desobediência civil. Ele explicou a ação dizendo que “não se trata de um incitamento à rebelião”, mas sim como uma expressão da resistência não violenta do movimento.

Você pode acessar a matéria clicando aqui. Ela está em português.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sindicatos britânicos aprovam boicote a produtos dos assentamentos israelenses

Durante o Congresso Anual da TUC (Trade Union Congress), realizado em Liverpool, no dia 17 de setembro, os sindicatos britânicos aprovaram uma moção que propõe um boicote aos produtos confeccionados pelos assentamentos judaicos da Cisjordânia.

Além disso, a moção fez as seguintes exigências ao governo britânico:
  • condenação da agressão militar e do bloqueio econômico feito à Gaza por Israel;
  • fim da venda de armas para Israel, cujo montante chegou à 18,8 milhões de libras - em 2008;
  • estabelecer um acordo, com os outros países da União Européia, para barrar a importação de bens produzidos por assentamentos ilegais; e
  • apoiar movimentos que suspende o acordo comercial entre U.E. e Israel, que oferece condições especiais ao comércio com Israel.
O TUC agrega todos 60 sindicatos, que possuem 6,5 milhões de trabalhadores afiliados.

Para ler a moção na íntegra, clique aqui. O texto está em inglês.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Shaná Tová

Gostaria de desejar a todos, judeus ou não, Shana Tová, Feliz Ano Novo.

Que 5770 seja repleto de alegrias, realizações, saúde e PAZ no Oriente Médio!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Hamas enfrenta resistência de novos grupos extremistas em Gaza

O artigo Hamas and its Discontents, escrito por Barak Mendelsohn, professor assistente de Ciência Política da Haverford College, publicado no site Foregin Affairs, trata da perda de legitimidade do Hamas em Gaza e como este se utiliza da violência para impor ordem na região e se manter no poder.

Mendelsohn explica que, a partir do momento em que o Hamas optou pela via política ele começou a se distanciar da retórica religiosa extremista que pregava. Outros grupos islâmicos começaram a se distanciar do Hamas quando este afirmou que não implementaria a Sharia (código de leis islâmicas que determina a vida dos mulçumanos de acordo com os princípios do Alcorão).

A partir disso, novos grupos extremistas islâmicos começaram a desafiar a autoridade do Hamas. No dia 14 de agosto, Abdel-Latif Moussa, líder do grupo islâmico Jund Ansar Allá, ligado à Al-Queda, declarou Gaza um emirado islâmico. As forças do Hamas entraram em confronto com o grupo, a fim de restaurar sua autoridade. O resultado do confronto foi a morte de 26 pessoas, incluindo Moussa.

Para acessar o texto, clique aqui.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Rawabi: a primeira cidade planejada da Palestina

Uma cidade palestina planejada sempre foi considerada uma utopia, principalmente pelos próprios palestinos. No entanto, este sonho pode se tornar realidade.

O investidor palestino Bashar Masri, com apoio da Autoridade Nacional Palestina e investidores do Qatar, planeja construir há 9 km de Ramallah, Cisjordânia, uma cidade cosmopolita e moderna, batizada de Rawabi.

Rawabi, que será a primeira cidade palestina planejada, quer atrair os “yuppies palestinos”: jovens, educados com valores ocidentais e que possuem rendimentos médios para alto. Pretende-se investir por volta de U$ 800 milhões para construir seis mil “unidades domiciliares”, ou seja, casas e apartamentos. Espera-se que 40 mil pessoas vivam em Rawabi e que sejam criadas cinco mil vagas de emprego permanentes.

Segundo o jornalista Ari Shavet, do jornal israelense Haaretz, este projeto só foi possível de ser arquitetado seriamente graças a três fatores: as políticas do primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, na Cisjordânia, que colocaram ordem na “anarquia” que até então reinava; a retirada de 25 checkpoints – barreiras militares que cortam as estradas dos territórios ocupados e impedem a livre circulação dos palestinos – ajudando o desenvolvimento econômico e a mudança de comportamento dos palestinos, que se cansaram dos confrontos e que buscam viverem suas vidas normalmente.

Além da possibilidade de planejar Rawabi, estes movimentos foram muito benéficos às outras cidades da Cisjordânia. Jenin e Belém começaram a receber mais turistas. Em Ramallah foram abertos 12 novos restaurantes. A vida noturna da cidade voltou a ser efervescente, com comércio e casas noturnas funcionando normalmente.

Para mais informações sobre Rawabi, clique aqui.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Israelenses dificultam entrada de palestinos detentores de passaporte americano

Gustavo Chacra, correspondente internacional do Estado de S. Paulo, mantém um blog chamado Diário do Oriente Médio. Lá ele publica textos próprios comentando acontecimentos da região, não só o conflito árabe-israelense.

No seu mais recente post ele comenta sobre a dificuldade enfrentada por palestinos que possuem passaporte americano para entrarem em Israel. Isto gerou um protesto formal por parte do Departamento de Estado americano contra esta ação da alfândega israelense.

O post é bem interessante e o blog é bastante rico.

Para acessar o blog e o post, clique aqui.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Exemplo de mobilização contra a ocupação

Bilin é uma vila palestina localizada a 12 km da cidade Ramallah, Cisjordânia. O vilarejo foi ocupado por Israel logo após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em 1995, com os acordos de “Oslo 2” a administração da vila ficou a cargo da Autoridade Nacional Palestina. Segundo o Escritório Central de Estatísticas Palestino Bilin possui 1.800 habitantes.

Desde 1991 as terras da vila vem sendo anexadas para a construção de novos assentamentos judaicos. Segundo o site “bilin-village.org” mais de 60% de suas terras foram confiscadas pelo governo, para expandir o assentamento Modiin Illit e para a passagem do Muro de Contenção israelense. Em setembro de 2007 a Suprema Corte de Israel decidiu em favor dos moradores de Bilin, alegando que o Muro era prejudicial aos moradores e que este deveria ter seu traçado refeito. No entanto isso nunca aconteceu.

Enquanto isso, os moradores do vilarejo, com apoio de organizações israelense e internacional continuam protestando, toda sexta-feira em frente ao Muro, para que a resolução do Tribunal seja cumprida. As manifestações são normalmente de cunho pacífico.

Esta tática adotada pelos moradores de Bilin vem chamando a atenção de militantes pró-direitos humanos como Nelson Mandela e Desmond Tutu, além de outras personalidades políticas, como o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

No dia 30 saiu uma matéria na parte internacional do portal UOL sobre o tema. Escrita por Ethan Bronner, jornalista do The New York Times. A reportagem descreve como são os protestos e a reação do exército de Israel. O repórter também conversou com moradores da vila e pessoas que os apóiam.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui. A reportagem está em português.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A esquerda israelense e o Sionismo

O texto no link, escrito pelo jornalista israelense Gideon Levi, para o jornal “Haaretz”, em fevereiro de 2009, trata do enfraquecimento da esquerda israelense, especificamente das legendas tradicionais, como Avodá e Meretz. Ele critica esses movimentos, afirmando que desde 2000, logo após os encontros de Camp David, eles perderam cada vez mais o rumo. No momento em que apoiaram a criação de assentamentos e as últimas guerras, os partidos perderam seus eleitores.

Levi também analisa como a direita se apropriou do Sionismo e como a esquerda deixou que isto acontecesse. Assim muitos assuntos se tornaram tabu e não há mais críticas dentro do próprio movimento sionista. Qualquer pessoa que critica, por exemplo, os assentamentos, é considerado anti-sionista.

Para o autor, atualmente, não é mais possível alguém se definir sionista e esquerdista.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui. A matéria está em inglês.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Relatório semestral sobre construções de colônias na Cisjordânia

O movimento pacifista israelense Shalom Achshav – Paz Agora – produz, todo semestre, um relatório sobre a construção de colônias israelenses dentro dos territórios palestinos.

Segundo o documento referente ao primeiro semestre de 2009, a construção de novas casas dentro dos “blocos de colônias” continua normalmente, assim como nos “postos avançados”, que são investidas para construção de novos assentamentos.

O relatório do primeiro semestre constatou que:

  • Foram construídas 596 novas estruturas, sendo que 96 foram nos postos avançados;
  • 35% das estruturas foram construídas do lado leste do Muro de Contenção, enquanto que 65% foram construídos do lado oeste;
  • Um aumento de 8% de estruturas fixas e uma queda de 43% no número de caravanas (comparando os números do segundo semestre de 2008).

O sistema de estabelecimento de colônias começou a ser implementado depois da guerra de 1967, conhecida como a “Guerra dos Seis Dias”. A primeira colônia a ser estabelecida na Cisjordânia foi Kfar Etzion, sem ajuda governamental. Mas, neste mesmo ano, o chefe do Comitê Ministerial para Assentamentos, Yigal Alon, começou a delinear o plano oficial de estabelecimento de colônias judaicas nos territórios ocupados.

Atualmente, 280 mil pessoas vivem nos 121 assentamentos da Cisjordânia. O governo gasta 556 milhões de dólares por ano com a manutenção das colônias.

Para mais informações, clique aqui. O relatório está em inglês.

Todas os dados estatísticos e históricos são do movimento Shalom Achshav.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Beaufort

Essa dica é para quem tem o canal Maxprime.

No domingo, dia 23, o canal apresentará o filme israelense “Beaufort”, que conta a história de Liraz Liberti, comandante do forte israelense Beaufort, localizado no Líbano, de sua tropa e dos últimos meses deles antes da partida do exército israelense do território libanês.

Na manhã de 24 de maio de 2000, a base é destruída, sendo coberta por centenas de minas. O poder da explosão marca o fim de 18 anos de ocupação israelense.

A produção foi selecionada entre os cinco melhores filmes estrangeiros na disputa do Oscar de 2008. Além disso, ganhou o Urso de Prata do Festival de Berlim, em 2007.

O filme passará em dois horários: às 6h00, no Maxprime-DL e às 9h00, no Maxprime-DO.

Abaixo seguem a ficha técnica e o trailer do filme, em hebraico e com legendas.

Diretor: Joseph Cedar

Roteiristas: Joseph Cedar e Ron Leshem

Elenco: Alon Abutbul, Eli Altonio, Daniel Brook, Oshri Cohen, Gal Friedman, Nevo Kimchi, Ohad Knoller, Arthur Perzev, Ygal Resnik, Itay Schor, Itay Tiran, Itay Turgeman, Ami Weinberg, Hanan Yishai e Danny Zahavi.



Jovens palestinos dos territórios conhecem Israel e antigos vilarejos

Esta reportagem do jornal libanês “The Daily Star” fala sobre o programa “Birthright Replugged”, que organiza viagens para jovens da Cisjordânia, entre 14 e 15 anos, para que eles conheçam os locais dos antigos vilarejos palestinos.

O programa é organizado pela americana-iraquiana Dunya Alwan e financiado, em parte, pelo Carter Center’s Peace Program, uma ramificação da organização norte-americana “The Carter Center”, fundada pelo ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter.

Além dos antigos vilarejos, as crianças puderam ver, pela primeira vez, o mar Mediterrâneo e um aeroporto. Elas também perceberam que existem outros tipos de israelenses, que não são soldados nem colonos.

Ao final da viagem as crianças começaram a falar sobre a possibilidade de haver paz entre israelenses e palestinos. Uma antiga participante, de 19 anos, comentou que, até 1948, judeus e árabes viviam harmoniosamente e que isso poderia ocorrer novamente.

Uma bela iniciativa, que merece ser incentivada. Tomará que hajam organizações israelenses dispostas a fazer o inverso, levar jovens judeus para conhecerem os territórios ocupados e como vivem os palestinos.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui. A matéria é em inglês.

Para conhecer mais o “The Carter Center”, clique aqui.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Curso Jornalismo e Oriente Médio

Essa é uma dica da minha amiga Paula Fazzio.

Entre os dias 24 e 28 de agosto ocorrerá o curso Jornalismo e Oriente Médio. Organizado pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, o seminário é voltado para alunos e profissionais da área de jornalismo. Segundo os organizadores os objetivos do curso são "debater e esclarecer temas que vão desde a história até a abordagem e cobertura jornalística na região".

Entre os palestrantes estão os jornalistas Alberto Gaspar, ex correspondente da Rede Globo em Israel, Gustavo Chacra, correspondente do Estado de S. Paulo e dono do blog "Diário do Oriente Médio" e Dov Shinar, jornalista e doutor em comunicação pela Universidade Hebraica de Jerusalém.

Além de jornalistas o seminário contará com a participação de dois historiadores: Celso Grabarz e Francisco Moreno de Carvalho.

Vale a pena conferir!

Para mais informações, clique aqui.





domingo, 16 de agosto de 2009

Hamas 2.0

Começaremos com um texto que trata da mudança ideológica que vêm acontecendo no Hamas.

O autor é o alemão Michael Bröening, diretor da fundação alemã Friedrich-Ebert-Stiftung, em Jerusalém Oriental. Este grupo é ligado ao partido Social-Democrata da Alemanha.

Bröening afirma que o Ocidente está ignorando a metamorfose que acontece no grupo. A organização vem se afastando do discurso beligerante e dogmático e está se transformando em um partido de oposição. O Hamas é considerado por Israel, EUA, Canadá, União Européia e Japão como um grupo terrorista.

O texto foi publicado no site Foreign Affairs.

Para ler na íntegra, clique aqui.

Boas vindas e intenções

Olá! Seja bem vindo ao blog Conflito no Oriente. Aqui você encontrará notícias relacionadas ao conflito entre árabes/persas e israelenses que nem sempre são apresentadas pela mídia brasileira.

O principal objetivo do blog é analisar os atos que ambos os lados tomam em busca do fim do conflito. Incentivaremos boas ações que busquem o diálogo entre as partes, ao mesmo tempo em que condenaremos atos e discursos que incitem a violência e o ódio.

É nosso objetivo também trazer informações para embasar as discussões sobre o conflito. Assim o blog publicará textos ou link’s para páginas de estudiosos e especialistas da área.

O blog publicará dicas culturais, sejam filmes, peças de teatro ou livros, relacionados ao Oriente Médio e as relações entre os israelenses, palestinos e países vizinhos.

Esperamos atingir nossos objetivos e fazer do blog um local de discussão séria sobre este tema tão espinhoso e cheio de polêmica.

Obrigado e, mais uma vez, seja bem vindo!