quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Grupo israelense lança propaganda em favor da paz

Este vídeo foi produzido pela organização Mifkad Haleomi – em tradução livre, reunião nacional, em hebraico. Ele mostra um soldado de Israel e um jovem palestino. Em principio parece que haverá um confronto. No entanto acontece o contrário.

O Mifkad Haleomi é um grupo que luta pelo fim do conflito entre Israel e Palestina. Ele possui uma carta de principios assinada por Ami Ayalon – político israelense, antigo membro do Avodá e ex-chefe do Shin Beit, serviço secreto – e por Suri Nusseibeh – palestino, professor de Filosofia, presidente da Universidade de Al-Quds, em Jerusalém. A carta possui os seguintes pontos:

  • Dois Estados para dois povos: a Palestina será o Estado dos Palestinos, enquanto Israel é o Estado do povo judeu;
  • As fronteiras de ambos os Estados serão baseadas naquelas de 1967, assim como propõem a iniciativa de paz organizada pelos países árabes. Cisjordânia e Faixa de Gaza serão interligadas através de rodovias. Nenhum colono israelense ficará no Estado palestino;
  • Jerusalém será a capital de ambos Estados. A liberdade de culto e pleno acesso aos lugares sagrados será garantida. Os bairros árabes estarão sob soberania palestina, enquanto os judaicos estarão sob influencia israelense. Nenhum dos Estados exercerá a soberania nos lugares santos. Os mulçumanos cuidarão da Mesquita de Al-Aqsa, assim como os outros locais sagrados. Já os judeus cuidarão do Muro das Lamentações e dos outros locais sagrados. Os cristãos serão responsáveis por cuidarem de seus locais sagrados. Não poderá haver nenhuma escavação arqueológica sem o consentimento de todas as partes;
  • Direito de retorno: reconhecendo o sofrimento dos refugiados palestinos, Israel, Palestina e a comunidade internacional criarão um fundo para indenizar os refugiados. Palestinos não terão direito de retornar para Israel, apenas à Palestina. Judeus só poderão retornar para Israel. A comunidade internacional ajudará os refugiados que desejarem permanecer nos países em que estão, ou as pessoas que desejam imigrar para outro local;
  • Desmilitarização: o Estado palestino será desmilitarizado. A comunidade internacional será responsável pela sua segurança;
  • Fim do conflito: a aplicação destes princípios implicará no fim das lutas e das reivindicações.
A iniciativa possui alguns pontos questionáveis, como a questão de Jerusalém. Será realmente possível este modelo proposto para os locais sagrados? Que órgão cuidará destes espaços? Além disso, a desmilitarização da Palestina é algo já refutado há muito tempo pelos próprios palestinos.

Mas, apesar destes detalhes, trata-se de uma iniciativa e ela deve ser valorizada. É necessário colocar um fim neste conflito. Todos sabem o que precisa ser feito. Está na hora de sair do marasmo e começar a agir, assim como fez o Mifkad Haleomi.

3 comentários:

Anônimo disse...

Ivan,
cheguei ao teu blog através do Gustavo Chacra e goatei muito desta proposta. Fica a indagação: será que o governo palestino "seguraria" seus radicais, pondo tudo por água abaixo outra vez?
Como sabes a zona da Cisjordânia fronteiriça a Israel deixa aquela parte do território de Israel bastante vulnerável. Teria mais a comentar, mas fica pra outra vez.Um abraço,

Cecilia

Anônimo disse...

Estão acontecendo falhas técnicas. Não consigo me reportar aos posts mais recentes.
Cecilia

Ivan DR disse...

Anônimo, acho que no atual momento, com a fragmentação do governo e do Estado palestino sem dúvida não há como segurar os radicais. Por isso, em primeiro lugar, os palestinos precisam criar um governo de unidade, que respeite as leis democráticas e que tivesse um exército. O maior problema é falta de planejamento administrativo futuro. Além disso, eles precisam entender que Israel está na região pra ficar.

Cecilia, vou ver o que posso fazer, mas essas questões técnicas ficam um pouco fora de meu alcance.