segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Exemplo de mobilização contra a ocupação

Bilin é uma vila palestina localizada a 12 km da cidade Ramallah, Cisjordânia. O vilarejo foi ocupado por Israel logo após a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Em 1995, com os acordos de “Oslo 2” a administração da vila ficou a cargo da Autoridade Nacional Palestina. Segundo o Escritório Central de Estatísticas Palestino Bilin possui 1.800 habitantes.

Desde 1991 as terras da vila vem sendo anexadas para a construção de novos assentamentos judaicos. Segundo o site “bilin-village.org” mais de 60% de suas terras foram confiscadas pelo governo, para expandir o assentamento Modiin Illit e para a passagem do Muro de Contenção israelense. Em setembro de 2007 a Suprema Corte de Israel decidiu em favor dos moradores de Bilin, alegando que o Muro era prejudicial aos moradores e que este deveria ter seu traçado refeito. No entanto isso nunca aconteceu.

Enquanto isso, os moradores do vilarejo, com apoio de organizações israelense e internacional continuam protestando, toda sexta-feira em frente ao Muro, para que a resolução do Tribunal seja cumprida. As manifestações são normalmente de cunho pacífico.

Esta tática adotada pelos moradores de Bilin vem chamando a atenção de militantes pró-direitos humanos como Nelson Mandela e Desmond Tutu, além de outras personalidades políticas, como o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.

No dia 30 saiu uma matéria na parte internacional do portal UOL sobre o tema. Escrita por Ethan Bronner, jornalista do The New York Times. A reportagem descreve como são os protestos e a reação do exército de Israel. O repórter também conversou com moradores da vila e pessoas que os apóiam.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui. A reportagem está em português.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A esquerda israelense e o Sionismo

O texto no link, escrito pelo jornalista israelense Gideon Levi, para o jornal “Haaretz”, em fevereiro de 2009, trata do enfraquecimento da esquerda israelense, especificamente das legendas tradicionais, como Avodá e Meretz. Ele critica esses movimentos, afirmando que desde 2000, logo após os encontros de Camp David, eles perderam cada vez mais o rumo. No momento em que apoiaram a criação de assentamentos e as últimas guerras, os partidos perderam seus eleitores.

Levi também analisa como a direita se apropriou do Sionismo e como a esquerda deixou que isto acontecesse. Assim muitos assuntos se tornaram tabu e não há mais críticas dentro do próprio movimento sionista. Qualquer pessoa que critica, por exemplo, os assentamentos, é considerado anti-sionista.

Para o autor, atualmente, não é mais possível alguém se definir sionista e esquerdista.

Para ler o texto na íntegra, clique aqui. A matéria está em inglês.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Relatório semestral sobre construções de colônias na Cisjordânia

O movimento pacifista israelense Shalom Achshav – Paz Agora – produz, todo semestre, um relatório sobre a construção de colônias israelenses dentro dos territórios palestinos.

Segundo o documento referente ao primeiro semestre de 2009, a construção de novas casas dentro dos “blocos de colônias” continua normalmente, assim como nos “postos avançados”, que são investidas para construção de novos assentamentos.

O relatório do primeiro semestre constatou que:

  • Foram construídas 596 novas estruturas, sendo que 96 foram nos postos avançados;
  • 35% das estruturas foram construídas do lado leste do Muro de Contenção, enquanto que 65% foram construídos do lado oeste;
  • Um aumento de 8% de estruturas fixas e uma queda de 43% no número de caravanas (comparando os números do segundo semestre de 2008).

O sistema de estabelecimento de colônias começou a ser implementado depois da guerra de 1967, conhecida como a “Guerra dos Seis Dias”. A primeira colônia a ser estabelecida na Cisjordânia foi Kfar Etzion, sem ajuda governamental. Mas, neste mesmo ano, o chefe do Comitê Ministerial para Assentamentos, Yigal Alon, começou a delinear o plano oficial de estabelecimento de colônias judaicas nos territórios ocupados.

Atualmente, 280 mil pessoas vivem nos 121 assentamentos da Cisjordânia. O governo gasta 556 milhões de dólares por ano com a manutenção das colônias.

Para mais informações, clique aqui. O relatório está em inglês.

Todas os dados estatísticos e históricos são do movimento Shalom Achshav.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Beaufort

Essa dica é para quem tem o canal Maxprime.

No domingo, dia 23, o canal apresentará o filme israelense “Beaufort”, que conta a história de Liraz Liberti, comandante do forte israelense Beaufort, localizado no Líbano, de sua tropa e dos últimos meses deles antes da partida do exército israelense do território libanês.

Na manhã de 24 de maio de 2000, a base é destruída, sendo coberta por centenas de minas. O poder da explosão marca o fim de 18 anos de ocupação israelense.

A produção foi selecionada entre os cinco melhores filmes estrangeiros na disputa do Oscar de 2008. Além disso, ganhou o Urso de Prata do Festival de Berlim, em 2007.

O filme passará em dois horários: às 6h00, no Maxprime-DL e às 9h00, no Maxprime-DO.

Abaixo seguem a ficha técnica e o trailer do filme, em hebraico e com legendas.

Diretor: Joseph Cedar

Roteiristas: Joseph Cedar e Ron Leshem

Elenco: Alon Abutbul, Eli Altonio, Daniel Brook, Oshri Cohen, Gal Friedman, Nevo Kimchi, Ohad Knoller, Arthur Perzev, Ygal Resnik, Itay Schor, Itay Tiran, Itay Turgeman, Ami Weinberg, Hanan Yishai e Danny Zahavi.



Jovens palestinos dos territórios conhecem Israel e antigos vilarejos

Esta reportagem do jornal libanês “The Daily Star” fala sobre o programa “Birthright Replugged”, que organiza viagens para jovens da Cisjordânia, entre 14 e 15 anos, para que eles conheçam os locais dos antigos vilarejos palestinos.

O programa é organizado pela americana-iraquiana Dunya Alwan e financiado, em parte, pelo Carter Center’s Peace Program, uma ramificação da organização norte-americana “The Carter Center”, fundada pelo ex-presidente dos EUA, Jimmy Carter.

Além dos antigos vilarejos, as crianças puderam ver, pela primeira vez, o mar Mediterrâneo e um aeroporto. Elas também perceberam que existem outros tipos de israelenses, que não são soldados nem colonos.

Ao final da viagem as crianças começaram a falar sobre a possibilidade de haver paz entre israelenses e palestinos. Uma antiga participante, de 19 anos, comentou que, até 1948, judeus e árabes viviam harmoniosamente e que isso poderia ocorrer novamente.

Uma bela iniciativa, que merece ser incentivada. Tomará que hajam organizações israelenses dispostas a fazer o inverso, levar jovens judeus para conhecerem os territórios ocupados e como vivem os palestinos.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui. A matéria é em inglês.

Para conhecer mais o “The Carter Center”, clique aqui.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Curso Jornalismo e Oriente Médio

Essa é uma dica da minha amiga Paula Fazzio.

Entre os dias 24 e 28 de agosto ocorrerá o curso Jornalismo e Oriente Médio. Organizado pela Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, o seminário é voltado para alunos e profissionais da área de jornalismo. Segundo os organizadores os objetivos do curso são "debater e esclarecer temas que vão desde a história até a abordagem e cobertura jornalística na região".

Entre os palestrantes estão os jornalistas Alberto Gaspar, ex correspondente da Rede Globo em Israel, Gustavo Chacra, correspondente do Estado de S. Paulo e dono do blog "Diário do Oriente Médio" e Dov Shinar, jornalista e doutor em comunicação pela Universidade Hebraica de Jerusalém.

Além de jornalistas o seminário contará com a participação de dois historiadores: Celso Grabarz e Francisco Moreno de Carvalho.

Vale a pena conferir!

Para mais informações, clique aqui.





domingo, 16 de agosto de 2009

Hamas 2.0

Começaremos com um texto que trata da mudança ideológica que vêm acontecendo no Hamas.

O autor é o alemão Michael Bröening, diretor da fundação alemã Friedrich-Ebert-Stiftung, em Jerusalém Oriental. Este grupo é ligado ao partido Social-Democrata da Alemanha.

Bröening afirma que o Ocidente está ignorando a metamorfose que acontece no grupo. A organização vem se afastando do discurso beligerante e dogmático e está se transformando em um partido de oposição. O Hamas é considerado por Israel, EUA, Canadá, União Européia e Japão como um grupo terrorista.

O texto foi publicado no site Foreign Affairs.

Para ler na íntegra, clique aqui.

Boas vindas e intenções

Olá! Seja bem vindo ao blog Conflito no Oriente. Aqui você encontrará notícias relacionadas ao conflito entre árabes/persas e israelenses que nem sempre são apresentadas pela mídia brasileira.

O principal objetivo do blog é analisar os atos que ambos os lados tomam em busca do fim do conflito. Incentivaremos boas ações que busquem o diálogo entre as partes, ao mesmo tempo em que condenaremos atos e discursos que incitem a violência e o ódio.

É nosso objetivo também trazer informações para embasar as discussões sobre o conflito. Assim o blog publicará textos ou link’s para páginas de estudiosos e especialistas da área.

O blog publicará dicas culturais, sejam filmes, peças de teatro ou livros, relacionados ao Oriente Médio e as relações entre os israelenses, palestinos e países vizinhos.

Esperamos atingir nossos objetivos e fazer do blog um local de discussão séria sobre este tema tão espinhoso e cheio de polêmica.

Obrigado e, mais uma vez, seja bem vindo!