Este vídeo foi produzido pela organização Mifkad Haleomi – em tradução livre, reunião nacional, em hebraico. Ele mostra um soldado de Israel e um jovem palestino. Em principio parece que haverá um confronto. No entanto acontece o contrário.
O Mifkad Haleomi é um grupo que luta pelo fim do conflito entre Israel e Palestina. Ele possui uma carta de principios assinada por Ami Ayalon – político israelense, antigo membro do Avodá e ex-chefe do Shin Beit, serviço secreto – e por Suri Nusseibeh – palestino, professor de Filosofia, presidente da Universidade de Al-Quds, em Jerusalém. A carta possui os seguintes pontos:
- Dois Estados para dois povos: a Palestina será o Estado dos Palestinos, enquanto Israel é o Estado do povo judeu;
- As fronteiras de ambos os Estados serão baseadas naquelas de 1967, assim como propõem a iniciativa de paz organizada pelos países árabes. Cisjordânia e Faixa de Gaza serão interligadas através de rodovias. Nenhum colono israelense ficará no Estado palestino;
- Jerusalém será a capital de ambos Estados. A liberdade de culto e pleno acesso aos lugares sagrados será garantida. Os bairros árabes estarão sob soberania palestina, enquanto os judaicos estarão sob influencia israelense. Nenhum dos Estados exercerá a soberania nos lugares santos. Os mulçumanos cuidarão da Mesquita de Al-Aqsa, assim como os outros locais sagrados. Já os judeus cuidarão do Muro das Lamentações e dos outros locais sagrados. Os cristãos serão responsáveis por cuidarem de seus locais sagrados. Não poderá haver nenhuma escavação arqueológica sem o consentimento de todas as partes;
- Direito de retorno: reconhecendo o sofrimento dos refugiados palestinos, Israel, Palestina e a comunidade internacional criarão um fundo para indenizar os refugiados. Palestinos não terão direito de retornar para Israel, apenas à Palestina. Judeus só poderão retornar para Israel. A comunidade internacional ajudará os refugiados que desejarem permanecer nos países em que estão, ou as pessoas que desejam imigrar para outro local;
- Desmilitarização: o Estado palestino será desmilitarizado. A comunidade internacional será responsável pela sua segurança;
- Fim do conflito: a aplicação destes princípios implicará no fim das lutas e das reivindicações.
A iniciativa possui alguns pontos questionáveis, como a questão de Jerusalém. Será realmente possível este modelo proposto para os locais sagrados? Que órgão cuidará destes espaços? Além disso, a desmilitarização da Palestina é algo já refutado há muito tempo pelos próprios palestinos.
Mas, apesar destes detalhes, trata-se de uma iniciativa e ela deve ser valorizada. É necessário colocar um fim neste conflito. Todos sabem o que precisa ser feito. Está na hora de sair do marasmo e começar a agir, assim como fez o Mifkad Haleomi.